Mães em Guerra de Jill Kargman

Mães em Guerra é mais novo lançamento do mom lit, um subgênero do chick lit, publicado pelo Selo Essência da Editora Planeta.  O livro da  autora  americana Jill Kargman retrata a selva que pode ser o mundo das mães competitivas, principalmente no Upper East Side de Manhattan ( sim o bairro de Gossip Girls). 

Nossa protagonista é Hannah, mãe da adorável Violet de dois anos.  A vida dessa mãe em período integral muda completamente quando seu marido é transferido  de São Francisco para Nova York, e ela tem que se adaptar com o estilo da alta sociedade na big apple no qual sua "S" (sogra) está inserida.  O novo mundo, onde as mães utilizam seus filhos como mais uma forma de competição não era aquilo que Hannah desejava.  Mesmo se sentindo  desconfortável e deslocada ela se força  a entrar neste círculo para conhecer como funciona o mundo da criação de filhos em Nova York.  Um mundo realmente bizarro, em que crianças de dois anos falam mandarim fluente, fazem aulas de musica numa escola famosa, e onde  conseguir uma vaga no melhor berçário  é como ganhar uma promoção do radio.

E tenho que admitir: o livro já me ganhou na primeira  página! Ele se inicia com um glossário hilário sobre os tipos de mães-enxaquecas e outras coisas do mundo materno, tais como:  babacho, GG, mãenólogo, hipocondrimãe, MCVD (mãe come duas vezes), etc.  E essa é, sem duvidas, a melhor forma de começar uma leitura - gargalhando compulsivamente.  É como se fosse um bom presságio literário, que se concretizou nos cinquenta e seis capítulos seguintes. 

Hannah é uma protagonista adorável, uma mãe exemplar, engraçada e ácida na medida exata. Ela inclusive   me lembrou em certos momentos a Bridget Jones ( caso  ela tivesse uma filha). A narrativa do livro é extremamente fluida e relaxante, daquelas que lemos 100 páginas num piscar de olhos.

O ponto alto do livro é esse choque cultural, quase uma luta de classes, entre as diversas "espécies" de mãe, e apesar do livro ser narrado em primeira pessoa, entre um capitulo e outro aparecem fragmentos de conversas online   de Bee e Maggie, duas mães da alta sociedade. Não preciso dizer que  além de mostrar o outro lado da história eles são super engraçados!

A fofa da Violet ( filha da Hannah) é outra graça a parte, que criança querida! Sabe aquelas criança que fazem amizades num piscar de olhos,  e que um segundo depois já estão abraçando seus amiguinhos? Quero uma filha assim!  

Foi até difícil procurar o que não gostei do livro, mas pensando analiticamente as únicas partes um pouco  "caídas" eram  aquelas em que  Hannah falava do seu amor pela arte e das suas aulas na faculdade antes de se casar. Tirando isso com certeza é um Mom Lit nota dez. Aconselho as não iniciadas no subgênero começarem por ele inclusive.

A capa  não é feia, mas também não cai de amores. E a única  coisa que eu mudaria na edição brasileira  seria o titulo.  Originalmente o livro se chama Momzillas, ou seja, uma mistura de mãe com godizilla que é citada no livro.  O que é um título pra lá de criativo e divertido, não? E apesar de saber que  uma tradução literária ficaria estranha (Mãezilla por exemplo) gostaria que o titulo tivesse mantido o aspecto divertido e  original.

É uma pena que o livro não tenha saído a tempo de ser bem divulgado no Dia das Mães, teria sido um otimo presente! Mães em Guerra é  um daqueles chick lits que recomendo sem ressalvas.

E amanha sai aquela promo básica!!!