Há algum tempo venho desejando resgatar e resenhar todos os chick lits que li num período pré-Lost, mas depois do trabalho desta semana em que finalmente consegui organizar e adaptar os subgêneros deste estilo que tanto amo simplesmente decidi que isso tem que ser para ontem. Coloquei na minha cabeça que até o final de 2010 quero ter todos os chick lits já publicados aqui no Brasil lidos e resenhados, e para isso terei que resgatar todos os 50 e tantos que tenho aqui em casa e mais uma outra lista dos que ainda não li ( Sim eu tenho uma lista de -quase- todos os chick lits publicados aqui, mas não está digitada, uma hora eu faço isso e disponibilizo). Será um trabalho digno de Hércules, eu sei! Mas assim que tiver finalizado poderei ficar focada nos lançamentos nacionais, e nas leituras internacionais visando trazer sempre aquele nome novo para o mundinho chicklitiano brasileiro.
E nada mais justo do que começar esta jornada com o livro responsável pelo boom do chick lit no mercado mundial: O Diário de Bridget Jones de Helen Fielding.
Bridget Jones não foi apenas minha primeira incursão neste gênero literário, para os especialistas , foi o livro responsável pela a explosão da primeira leva de livros do estilo leve e divertido voltado para o publico feminino. Como pode ser visto atualmente, esse fenômeno iniciado na capital inglesa correu o mundo, ultrapassou a barreira das páginas dos livros, e veio para ficar. Eu ainda não sei como levou tanto tempo para autores do mundo todo pensarem: - Poxa, as comédias românticas ( em inglês Chick Flick) do cinema fazem tanto sucesso, porque não fazer um livro no mesmo estilo?
Quatorze anos se passaram desde o lançamento do livro, e nove desde o lançamento do filme estrelado por Renée Zellweger, Colin Firth e Hugh Grant, mas a "fofinha" destrambelhada veio para ficar. Bridget Jones rompeu barreiras e definitivamente deu voz a mulher moderna, cansada dos estereótipos impostos pela mídia, do machismo, da rotina tripla, dos problemas amorosos...
Ainda me sinto culpada por ter demorado tanto tempo para fazer essa resenha, afinal depois de tanto tempo o diário amalucado da Bridget continua sendo o meu chick lit favorito. E mesmo depois de dez anos toda vez que eu sento para fazer uma releitura (o que faço no mínimo uma vez por ano) parece que o estou lendo pela primeira vez. Como um livro que sei diversas passagens de cor e salteado ainda consegue me fazer sorrir- pensar- animar exatamente nas mesmas partes?
Acho impossível que vocês nunca tenham ouvido falar do livro (ou do filme), mas mesmo assim vou comentar um pouquinho da história:
Bridget Jones, balzaquiana londrina se encontra num emprego estagnado, acima do peso e com uma paixão platônica pelo chefe charmoso e galinha- Daniel Cleaver. Não bastando tudo isso, ela já não aguenta mais a pressão dos familiares e amigos para que finalmente encontre um marido. Além da coação psicológica ela fica sendo jogada para diversos pretendentes da forma mais constrangedora possível, entre eles o famoso advogado Mark (me abana) Darcy. Suas peripécias em forma de diário relatam sua rotina amalucada em busca da tão falada felicidade, sempre regados a uma quantidade nada adequada de vinho.
Lembro que quando ouvi falar do livro, eu e minha irmã juntamos as moedinhas para comprá-lo junto com um Harry Potter. E alguns anos mais tarde depois do filme ter estourado, quase tive um treco do coração quando "perdi" minha primeira cópia do livro, que foi emprestada e nunca devolvida ( a "amiga" sumiu, se mudou e levou o meu livro junto) sendo responsável por uma das minhas maiores psicoses e paranóias: Nunca empresto meus livros ( que mais tarde se alastrou para os DVDs também). Não adianta pedir ou implorar!
Bridget Jones é hilário, irônico e inesquecível. Foi o primeiro livro que abriu meus olhos para a independência ( eu tinha 14 anos gals), e me fez perceber que ter um amigo gay para se consolar é um item de primeira necessidade. As esquisitices e paranoias de Bridget são universais e para qualquer idade.
Quem nunca ficou paranóica por causa dos pneuzinhos ( nem que eles estejam apenas na sua cabeça)? Ou travou uma verdadeira batalha para escolher uma roupa e se preparar para um encontro? Quem nunca teve uma paixão platônica impossível e que se sentiu feliz com mínimos flertes? Quem nunca odiou alguém com todas as forças, e depois percebeu que não era exatamente ódio o que estava sentindo?
Se você nunca passou por isso, larga os livros agora, sai da frente do pc e vai viver um pouco, sério! Tá perdendo as melhores coisas da vida, e infelizmente um bom livro ainda não pode suprir esse tipo de experiência.
Se você nunca passou por isso, larga os livros agora, sai da frente do pc e vai viver um pouco, sério! Tá perdendo as melhores coisas da vida, e infelizmente um bom livro ainda não pode suprir esse tipo de experiência.
Poderia ficar falando por horas, mas O Diário de Bridget Jones é um daqueles livros pra se ler não ficar falando sobre. Simplesmente uma leitura obrigatória para todas aquelas que alegam gostar de chick lit.
Leia o livro + veja o filme = se apaixone e se divirta na certa.
Ps: Um dos raros casos que a capa brasileira bate de mil a zero a original!
Ps: Um dos raros casos que a capa brasileira bate de mil a zero a original!