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Something Blue
Emily Giffin
Editora: St. MArtin's Griffin
Páginas: 356
ISBN: 0-312-32386-7
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Cultura | BookDepository
Desde a minha ultima resenha, tenho que admitir já li uns bons seis livros. Desses seis, dois ainda estou a espera para poder fazer a resenha e outros dois foram releituras de livros adorados - Jogos Vorazes e Vampire Academy- ( que foram importantíssimos para sair da minha ressaca literária). No entanto, dois desses títulos eu não tenho nenhuma desculpa que me tenha impedido de ter escrito a resenha ainda, exceto a falta de tempo encontra preguiça, o que é obviamente shame on me! São eles Nothing but Trouble, da minha adorada Rachel Gibson, e o maravilhoso Something Blue da Emily Giffin, que ganhei da minha amiga/vizinha/psicóloga Denise ( do My book is..).
Já resenhei no Lost o primeiro livro desta série o Noivo da minha melhor amiga (no original Something Borrowed), e como a versão cinematográfica do mesmo está prestes a estrear mundialmente nos cinemas não poderia deixar de dar minha opinião sobre essa seqüência tão perfeita quanto o original. E tenho que admitir, na esperança que a Nova Fronteira aproveite a oportunidade do re-lançamento do primeiro livro, que já se encontrava esgotado há algum tempo, para lançar as peripécias de Darce como protagonista.
Convido as atrasadinhas (e atrasadinhos) de plantão para lerem a resenha de O noivo da minha melhor amiga, caso não conheça esse chick lit clássico (shame on you!). E aproveito para dar aquele aviso básico aos navegantes: leia esta resenha por sua conta e risco! Não me responsabilizo por spoilers do livro anterior, pois é impossível não comentar seu final já que ele é o ponto de partida para esta nova história. Isso sem contar a chance altíssima de ficar completamente viciada.
No final de O noivo da Minha melhor amiga ficamos sabendo que não foram apenas Dex e Rachel que pularam a cerca. A “prima dona” Darce também deus suas saidinhas com Marcus, o “the Best man” de Dex, e para melhorar a situação acabou grávida. Em Something Blue acontece a inversão das protagonistas, e retomamos a história exatamente da onde parou em Something Borrowed, mas desta vez com a metida a sabichona Darce como protagonista.
Se Marcus era o cara perfeito para ter uma aventura de balançar os joelhos, ele está longe de ser o modelo perfeito de pai, e rapidamente a relação com Darce começa a desmoronar como um castelo de cartas. Darce por sua vez não consegue aceitar a traição de Rachel, principalmente por causa da mania de competição estúpida que mantém desde a infância, e muito menos entrar de cabeça na gravidez. O seu mundo perfeito vai aos poucos desmoronando, e não resta outra opção a Darce do que pegar suas malas e voar para a Inglaterra, em diração aos braços do amigo de infância Ethan. Com muito drama e comédia Something Blue vai te mostrar a verdadeira essência de aprender com os próprios erros.
É praticamente unânime, quem leu O noivo da Minha melhor amiga acha a Darce uma patricinha mimada insuportável, por mais que ela não merecesse tudo que aconteceu. E tenho que admitir, por boa parte de Something Blue essa opinião persiste. Darce é a principio uma vaca manipulativa e egoísta, daquelas que você tem vontade de soltar uns bons desaforos na cara. Sim estou sendo dura, porque vejamos, é impossível não ficar nervosa com as ações de uma protagonista grávida que não está nem ai para o bebê, que só quer saber de gastar e de mostrar para todo mundo que ela deu a volta por cima.
No entanto, como qualquer pessoa, Darce não tem apenas defeitos, e em certo momento da narrativa as qualidades começam a se desenvolver e serem determinantes para o amadurecimento da personagem. Quando Darce se vê sozinha, sem amigos verdadeiros (ai que saudade da Rachel não é), sem família e sem pai para o seu filho, que até então ela não sabe ao certo como se sente em relação, ela simplesmente cai do salto. Ao decidir buscar abrigo em águas estrangeiras ao lado do amigo Ethan ( sim aquele que acudiu a Rachel no primeiro livro também) damos de cara com “divisor de águas”( porque meu lado geografa não consegue deixar as analogias de lado) da narrativa. A princípio devagar, Darce vai amadurecendo, não apenas em relação ao seu estado atual, mas também em relação ao passado. E Ethan -aaaaaa o foffissimo Ethan- tem um papel fundamental. Apesar de adorar a então amiga ele é duro e sem meias palavras coloca em pratos limpos sua opinião sobre a situação: seu egoísmo, sua mania de competição e principalmente a hipocrisia em relação ao caso de Dex e Rachel.
Chega ser comicamente ingênuo a forma com que ela reage a discussão, na manha seguinte fazendo uma lista das coisas que precisa melhorar, mesmo que ainda não concorde com tudo.
A partir desde momento começamos a perceber uma nova Darce, e ai sim o livro deslancha. Se demorei uma semana para chegar neste momento, com uma raiva agonizante da protagonista, a outra metade do livro foi lida de uma vez só. Foi simplesmente comovente ver o amadurecimento da Darce, o que só demonstra a verossimilhança da história, todos temos um lado negro e outro radiante dentro de nós mesmos, e foi ótimo ver o lado luminoso desabrochar dentro da Darce. Até tive que segurar as lagrimas durante a volta para casa no ônibus.
Isso sem contar no momento em que ela fala sobre como certos tombos na vida, daqueles que te levam para buracos que não parecem ter fundo, podem ser as situações que nós guiam para os melhores momentos de felicidade. Não preciso comentar que me identifiquei pra caramba com a passagem, e que graças a deus já estava no conforto do meu lar, porque chorei como se não houvesse amanha.
E por isso acabei enrolando uma semana para escrever essa resenha, até que ontem a noite assisti novamente Pegar e Largar (Catch and Release), uma comédia romântica bem agridoce com a Jennifer Garner (que indico e indico de novo pra todo mundo). E desde então não consigo parar de pensar nesses pequenos dramas da vida, cômicos, tristes e diários, que quando bem escritos, tanto na forma de livros como quanto em roteiros, são capazes de fazer você se identificar, sonhar, chorar e rir, as vezes as quatro coisas ao mesmo tempo. Vocês já devem ter percebido que Comédias Românticas e Chick lits estão intrinsecamente interligados. Ambos abordam, em sua maioria, a mesma temática com o mesmo tom, apesar de serem formas distintas de arte. Não é a toa que tantos livros são adaptados para a telinha, e vice versa. Quantos filmes você já não pensou com seus botões: “poxa vida queria que tivesse um livro!” Tanto as rom com, quanto os chick lits vão aos extremos, alguns são mais leves e engraçados (como Becky Bloom pra citar um exemplo) outros um pouco mais densos, como no caso de Pergar e Largar e Something Blue. São histórias dramáticas cujos personagens fogem do maniqueísmo e de sentimentos rasos. Nenhum deles é perfeito, seus defeitos e virtudes, tristezas e felicidades, e principalmente seu amadurecimento e superações são retratados de uma forma intimista, sincera e realista, de uma forma que é impossível não te tocar, independente de você concordar com suas decisões ou não. Já devo ter comentado isso aqui no blog diversas vezes, mas é a pura verdade, um livro ou filme só vale a pena para mim se ele me tocou de alguma forma, seja me fazendo rir, chorar, refletir ou até mesmo sentir raiva e indignação. E tanto o filme (que me fez chorar baldes ontem) quanto em todos os livros da Emily, sem exceção, me fizeram sentir dessa maneira, cheia de sentimentos contraditórios e simultâneos, que no final das contas só me fazem pensar: um dia quando eu for “grande” quero escrever algo que faça outras pessoas se sentirem assim.
Something Blue foi um desses livros com múltiplas facetas, que me fez chorar, rir, refletir e torcer até o final pelo happy ending, desta vez totalmente merecido e simplesmente emocionante. Então vocês podem imaginar que ao final do livro já estava completamente surtada, principalmente agora que o lançamento do filme de Something Borrowed foi adiantado em quase um mês. Além de um must read (ambos) é um must see. E eu e as meninas (em especial a Denise e a Cibele) mal podemos esperar para assistir re-assistir o filme, além daquela programação básica de reler os livros na semana da estréia.
Estou tão empolgada que a musica tema do filme já é um dos toques do meu celular e minha musica favorita para cantarolar no chuveiro (/tenho-pena-dos-meus-vizinhos).
Quem quiser se juntar ao surto coletivo mais uma vez (depois do sucesso maravilindo do Feriadão Vampire Academy), seja bem vindo. Maiores informações perto da data de lançamento. Encerro então com o videoclipe da musica, porque não custa nada viciar mais algumas de vocês. E quem sabe alguém me tire a coroa de “cantora desafinada de chuveiro".
Nível de dificuldade: intermediário
"I was bourn beautiful. A C-section baby, I started life out right by avoiding the misshapen head and battle scars that come with being forced through a birth canal. Instead, I emerge with a dainty nose, bow-shaped lips, and distinctive eyebrows."