Faz tanto tempo ( que não escrevo, que não blogo e da certeza definitiva de que estou ficando velha) que provavelmente nem sei mais como começar. Talvez devesse falar que tudo começou há uns 16 anos atras, "nos confins inexplorados da região mais brega da Borda Ocidental da Galaxia" em um planetinha verde-azulado absolutamente insignificante.
Eu deveria ter tinha para lá dos meus 14 anos ( oh saudade ) quando tive meu primeiro contato com O guia dos mochileiro das galaxias, de Douglas Adams. Meu nerd-pai, como sempre, o culpado de todos os meus gostos e vícios, tinha conseguido uma copia do primeiro livro da serie, que desde a década de 80 andava esgotada aqui no Brasil. Não lembro muito bem como foi, mas naqueles primórdios de redes sociais meu pai encontrou uma alma bondosa que mandou uma copia para ele pelos correios, o que permitiria que eu e minha irmã finalmente pudêssemos começar a serie favorita dele.
E foi assim, lendo uma copia xerocada (e posteriormente o restante dos livros que meu pai tinha guardado de sua adolescência) que a serie passou a fazer parte fundamental da minha história.
Dá felicidade de encontrar o primeiro livro em um sebo poucos anos depois, da promessa de que aqueles 4 livros surrados fizessem parte do testamento futuro do meu pai, na tentativa (em vão) de afastar a possibilidade de uma terceira Guerra Mundial quando eu e minha irmã saímos de casa. Depois de um filme mediano, uma nova edição brasileira dos livros, uma tatuagem de irmãs e uma enxurrada de novos leitores: Artur Dent, Ford Prefect, Tricia, Zaphod e Marvin ainda fazem parte do dia-a-dia dos Steffens.
42: Tatuagem minha e da Mary. |
Só para vocês terem ideia, o primeiro presente que meu pai deu para o Antonio (aka o meu namorado, aquele que vocês nunca ouviram falar porque faz esse tanto de tempo que não posto nada aqui), foi um exemplar do "O guia dos mochileiro das Galaxias" com uma sobrecapa estilizada de "Steffens for Dummies", como um guia de boas vindas. Yep! Don't Panic! (fica para uma próxima postagem a história de como meu pai comparou o nosso status de relacionamento com Voldermort na segunda vez que ele viu o genro que nunca leu Harry Potter).
Naquele mesmo Natal, há pouco mais de um ano, meus pais orgulhosamente compraram sua primeira casa. Em uma travessa sem nome e sem número, na remota Forquilhas, em São José- SC.
Adivinha o foi uma das primeiras coisas constatadas pelo sr. Max Steffens? Sua residencia seria perfeitamente o Número 42, simplesmente a resposta para vida o universo e tudo mais. What a ode coincidence!
Douglas Adams sendo fofo |
Foi então que a mais perfeita ideia tomou forma: Não seria fantástico se o nome da rua tivesse algo relacionado a serie do Douglas Adams? Meu pai começou a pesquisar e descobriu os pormenores legais de pedido de mudança de nome de ruas, ao qual inclui um pré-projeto de lei. Com um pouco de trabalho e muita boa vontade (para entender melhor sobre o processo vocês podem ler a postagem do meu pai no seu blog pessoal CdeF aqui) no final do ano passado obtivemos a positiva do pedido.
A Travessa Douglas Adams ganhou CEP, e esta semana, a placa que tanto esperávamos para poder compartilhar a nossa pequena homenagem a literatura, a ficção cientifica e a todas as nossas celulas nerds passadas de geração em geração no sangue da família Steffens.
Vocês tem ideia do quão legal é poder dizer que vou lá na casa dos meus pais?
Plantamos aqui uma sementinha, por muito mais ruas homenageando literatura do que ruas reproduzindo eternamente propagandas eleitorais.
Para quem, por acaso, ainda não conhece, deixo abaixo a lista com as obras do (infelizmente e prematuramente) falecido Douglas Adams.
E tem outra coisa.. ( continuação/ homenagem de Eowin Colfer publicada com autorização dos herdeiros de Douglas)
Salmão da duvida. (coletânea póstuma de histórias, resenhas, artigos e ensaios inéditos)
Não entre em panico. (uma ótima biografia sobre a vida do Douglas Adams, escrita nada-mais-nada-menos do que Neil Gaiman. Fez vários almoços da minha época de Saraiva mais divertidos, é um must read)
Espero que vocês tenham gostado da história e pelo Lost in Chick Lit ter saído um pouco da aposentadoria forçada. Quem sabe ele não pega uma toalha e sai mais vezes a procura de novas aventuras literárias.^~
Até mais e obrigada pelos peixes!