Halo
Alexandra Adornetto
Editora: Agir
Páginas: 469
ISBN: 978-85-220-1221-3
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Submarino|Saraiva|Cultura|BookDepository
Halo está na minha lista de leituras desde que o burburinho começou nos blogs internacionais (antes mesmo do livro ser lançado nos Estados Unidos e UK, graças aos maravilhosos ARC's, uma prática que eu gostaria de ver desenvolvida aqui no Brasil). Não foi apenas a capa maravilhosa ou o fato de eu adorar a moda dos livros de anjos, mas a realidade é que fiquei super curiosa para ler um livro da Alexandra Adornetto, que vem sendo publicada desde os seus 14 anos (hoje ela tem 18). Super precoce, não é?
A história gira em torno de três anjos, Bethany, Ivy e Gabriel (sim, aquele Gabriel), enviados em missão na terra. Sua missão, na pequena cidade litorânea de Venus Cove, seria basicamente amenizar os estragos promovidos pelas trevas e de quebra promover boas ações (de forma indireta). Enquanto, os sábios e "antigos" Ivy e Gabriel não encontram problemas em se adaptar ao seu corpo humano, a jovem Bethany em sua primeira missão terrena começa a ficar confusa. Ela definitivamente não deveria se envolver emocionalmente com os humanos, colocando em risco toda a missão, mas será que ela consegue?
Ao se integrar socialmente na escola na qual se "infiltrou" junto com Gabriel (no papel de professor de musica), ela não consegue deixar as relações afetivas de lado, seja na hora de criar laços de amizade, seja na hora de se apaixonar por um ser humano, o adorável Xavier.
Não costumo ler resenhas em outros blogs antes de ler o livro, porque não gosto de me sentir influenciada pela opinião alheia, sejam quais elas forem, mas no caso de Halo acabei acompanhando um pouquinho. Era uma diversidade tão grande de opiniões que eu fiquei muito curiosa para começar a leitura, e ao iniciá-la não me decepcionei.
Com uma mitologia muito bem desenvolvida, Alexandra Adornertto trabalhou em Halo uma abordagem muito mais "clássica" de anjos do que os outros livros do estilo que chegaram ao mercado brasileiro (como Fallen e Sussurro, por exemplo). Ela também não evitou tratar de assuntos tabus como o Deus e toda a hierarquia celeste, algo que realmente me deixou impressionada. A ausência dessas explicações simbólicas em todos os outros livros sobre anjos era uma das coisas que mais me incomodavam. Tenho minhas crenças, e não sou especificamente uma pessoa religiosa, mas não conseguia entender como o assunto "anjos" conseguia se desvencilhar do lado religioso da coisa, por mais que você não concorde ou acredite nele. Obviamente é muito mais fácil criar uma mitologia omitindo tais implicações do que escrever um livro com leves traços de cunho religioso, o que hoje em dia pode ser como "pisar em ovos", talvez pela impossibilidade de agradar todas as vertentes religiosas. Então fiquei feliz pela abordagem, que ao mesmo tempo incluiu uma visão tradicional do assunto, mas não errou na mão ao tratar da faceta religiosa.
A escrita da Alexandra foi outra surpresa, se não soubesse da sua idade realmente acharia que a autora tinha bons anos de escrita nas costas. A maturidade, tanto na linguagem quanto em termos narrativos é bastante visível, o que reafirma a opinião da sua precocidade. A história, no entanto, é contada em primeira marcha, e se desenvolve muito bem, mas numa velocidade um pouco menor do que aquelas que estamos acostumados em livros para o público jovem adulto. Não que isso para mim seja um problema, já participei de várias discussões sobre o assunto, principalmente no twitter, e continuo firme na minha opinião de que tanto a literatura quanto o cinema, hoje em dia, colocou o "o pé no acelerador" como uma ferramenta para prender os leitores/espectadores. Quer um exemplo, é só pegar filmes e livros da década de 80 para cá, onde já vemos uma mudança bastante significativa, então pense nas décadas de 40/50/60.
Mas no final das contas, o ponto em que eu quero chegar é que se você não gostou de Fallen dificilmente vai gostar de Halo, pois os dois são bem parecidos neste quesito de desenvolvimento.
Gostei muito de todos os personagens, do desabrochar de Beth à fofura de Xavier, ou a malignidade de Jake. Mas quem ganha o troféu de preferido é o mítico arcanjo Gabriel. Porque eu curto caras sexys e inacessíveis ( e que mulher não curte alias). Aqueles que são tão "tudo de bom" que nem se realizam que são tudo isso. O que no caso do Gabriel é uma regra divina, claro.
Meu único problema com Halo foi que a protagonista fala tanto -e tanto- da tal missão que eles têm que cumprir em Venus Cove, e nunca tem nada sendo feito ativamente. Será que o papel dos anjos é apenas interferir de forma indireta através de trabalhos sociais? Se não fossem as poucas situações emergenciais na quais eles se envolvem eu teria ficado muito decepcionada. A vontade de dizer pra Beth acordar e colocar a mão na massa não foi pouca!
No entanto, todo o marasmo do inicio do livro, que foi uma excelente apresentação da mitologia e dos dramas que se seguirão nos próximos livros da trilogia anunciada, é recompensado pela ação dos capítulos finais. Fiquei realmente grudada até terminar o livro! Gostaria que a ação tivesse sido introduzida um pouco mais cedo na história, mas ainda assim valeu a pena.
Halo é um livro surpreendente e maravilhosamente bem escrito, tanto que poderia ficar horas tentando escolher suas melhores quotes. Ficarei ansiosa esperando o resto da trilogia, que espero eu tenham capas tão lindas quanto essa.
E para aqueles que comentarem na resenha de hoje, farei um pequeno sorteio daqueles dois marcadores LINDOS feito pela Agito (junto com alguns marcadores do lost), como já havia prometido no vídeo da Na minha Caixa Postal #12.