Meninas, como falei para vocês ontem, aqui estou eu para contar o imenso prazer que foi ler o "Sem Clima para o Amor" da Rachel Gibson. Tenho que dizer novamente e novamente, estava precisando de um bom chick-lit para me tirar da depre. E realmente amei de paixão. Obrigada de novo Caluzita pela indicação!!!
Primeiramente tenho que comentar que simplesmente adorei o título, tanto sua tradução quando o seu original ("I'm in no mood for love"). Alias é maravilhoso quando a tradução do título consegue manter a intenção e a expressão original que o autor desejava. E digamos já vi muitos assassinatos tituloisticos na minha vida de leitora!!
Não preciso nem comentar .Por exemplo "Milkrun" da Sarah Mlynowski virou "Temporada de caça: aberta" nas mãos da Harlequin Books. E a tal bebida no livro não foi citada, pior trocaram a bebida por outra.
Voltando a história... ( porque como vocês sabem eu tenho uma leve tendência a fugir do assunto repentinamente)
"Sem clima para o amor" conta a historia de Clare Wingate, uma escritora de romances históricos pra lá de picantes. Entretanto apesar da sexualidade marcante, dos amores "profundos" descritos em seus livros, sua vida amorosa é pra lá de cabisbaixa.
Clare é noiva de Lonny, um cara digamos "sem muito apetite sexual" e uma queda para artesanato. Até ai tudo bem! Nada de errado, certo? Homens podem ser metrossexuais, podem gostar de artesanato, irem a bares destinado ao publico homo sem serem gays, certo? Errado (pelo menos para nossa querida Clare) E para confirmar a suspeita de todos, exceto dela, Clare o encontra em atos super incriminadores com o carinha da manutenção da Sears no seu closed, simplesmente porque decidiu voltar as pressas em casa do casamento de sua amiga Lucy.
Imaginem como fica a nossa protagonista? Totalmente - realmente sem clima para o amor!!!! Principalmente para alguém tão romântica quanto ela, que se vê como nós todas, em algum momento da nossa vida amorosa desiludidas com o amor, ops.. amor não, digo HOMENS.. Desiludidas com os homens. Ser trocada por uma loira com os peitos duas vezes maiores que o seu é uma coisa, ou por uma morena com 20 quilos a menos que você, mas ser trocada por alguém do sexo oposto deve ser complicado. Pensar que viveu uma
big fat lie ( grande e gorda mentira).
Para piorar, no dia seguinte à bebedeira na tal festa de casamento, Clare acorda num quarto de hotel, semi-nua e visivelmente acompanhada por alguém do sexo masculino. Tal estranho (ou não ) se encontra no banho, e sabiamente ela decide se recompor e sair de fininho antes que o tal saia da chuveirada. Claro, claro que nossa amiga não consegue ser tão rápida e simplesmente dá de cara com um rosto do seu passado: Sebastian, o filho do jardineiro/zelador de sua mãe..
Clare e Sebastian eram amigos de infância, naquela idade que meninos e meninos ainda não se desejam, brigam como cão e gato e que começam a ter conversas digamos "filosóficas". Foi após os pais de ambos tomarem conhecimento de tais conversas sobre sexo que as visitas de Sebastian a casa do pai nas ferias foram cortadas, e eles perderam o contato.
Ele, nas palavras de Clare, se transformou num homem pra lá de sexual. "um verdadeiro macho-alfa" completamente o oposto de Lonny...
É assim que Sebastian, jornalista que já viu de tudo, escreveu de tudo, comeu de tudo e outras coisitas mais, entra na vida de Clare. E como se voltassem a infância, ele acaba mentindo, para aquela que segundo ele virou uma linda mulher.
Sim Sim!! Ele mentiu que eles tinham feito sexo..O que deixou Clare ainda mais transtornada...
"Abrindo aspas um pouquinho (porque TENHO que comentar) adivinha que musica ela vagamente se lembra de ter cantado no karaokê na recepção do casamento? Fat Bottonned Girls... sim sempre Queem.. e sempre que ele surge nos livros que eu gosto.. é sempre citando a minha musica favorita EVERRR.. Mas como já falei dela no outro post sobre o "Todo garoto tem" da Meg Cabot encerro aqui... Porque afinal...eu não consigo me conter e TINHA NECESSIDADE DE COMENTAR!!!"
Voltando...
Após esse encontro, e a reaproximação de Sebastian com o pai, os dois passam a se ver mais frequentemente e surge aquela química palpável entre eles, aquelas químicas cinematográficas Holywoodyanas perfeitas - gato e rato - que gosto tanto nas minhas comédias românticas favoritas ( sim, sim aquelas que normalmente assisto sozinha, porque meu maridex simplesmente "não tem saco" ^^).
Ficamos naquela famosa, super clichê: "os opostos se atraem", que eu pessoalmente considero legal e até certo ponto uma verdade universalmente conhecida ( tá tá eu sei, não acontece com todo mundo, mas aqui em casa é assim.. então por experiência própria acredito e ponto). A dinâmica é muito bem utilizada pela autora, e no decorrer do livro ela vai mostrando pequenos detalhes do caráter de cada um que no final mostram como esse mosaico de opiniões, estilos de vida opostos podem da certo. Gostei muito da comparação entre o estilo de móveis da casa de ambos, e em como isso se resolve no final ( mas vou parar por aqui não quero sair contando tudo pra vocês !!).
Não posso esquecer de comentar também sobre o estilo da escritora, adorei suas descrições, principalmente das cenas picantes e dos beijos. Em certo momento ela fala algo sobre "Aquele" beijo que fez ela se sentir viva novamente, e para quem já passou por isso, sabe do que estou falando!! Divisor de águas total ( meu lado geografa alegoricamente falando).
Entretanto nem tudo são flores, amei o livro e já repeti isso diversas vezes nesta resenha, mas uma coisa me chamou a atenção negativamente:
- Apesar de adorar tradutores que usam notas de rodapé quando necessário - fazendo com que eu não tenha que procurar algumas coisas que me deixam curiosa na hora da leitura ( vocês não tem noção quantas vezes já levantei da cama e vim pro pc pesquisar algo que me deixou com a pulga atrás da orelha na net) e salientar que o Giorgio Cappeli ( o tradutor responsável pelo livro) as utilizou de forma fantástica toda vez que necessário, não gostei da forma que ele sarcasticamente falou na nota de rodapé da página 253. Ele se referiu a pratica de merchandising nas obras literárias, que como sabemos vem se tornando uma prática comum no ramo literário, principalmente em ramos específicos, como a literatura feminina. Não sou contra nem a favor de tais propagandas, porque afinal de contas esse tipo de assunto sempre tem seus prós e contras, e não cabe a mim hoje, neste post, falar sobre isso ( quero um dia falar sobre, mas de forma bem estruturada e sem conceitos pré concebidos). Ao falar do merchandising do anticoncepcional que é citado ele simplesmente conseguiu prender a minha atenção para o fato, e simmmm a propaganda soou forçada. Mas acho que tais opiniões tem que ter lugar e hora, podemos assim dizer. Acho que cabe ao papel dele como tradudor fazer o melhor trabalho possível para transportar a história para a nossa língua, sem no entanto tomar partido sobre o valor da obra ou não, principalmente desta forma aberta no próprio livro.. Deixe isso reservado para criticas literárias , não?
Tanto a capa, como a contra-capa fazem tão boa alusão ao livro, e sua aceitação pelo mundo afora, para o próprio tradutor vir criticar no próprio livro.. Querido isso simplesmente não é uma boa forma de propaganda!!
Enfim,adorei, mal posso esperar para comprar o outro livro da série, que já foi traduzido no Brasil, "Sempre ao seu Lado", que tal como Marian Keyes e a saga da família Walsh, pode ser lida fora de ordem por se tratarem de histórias completamente diferentes e apesar disso possuem personagens em comum nas diferentes tramas.
Estou falidassa, então vai demorar um pouquinho =O( Então vou partir para o meu Jane Eyre finalmente meninas !!
Sem Clima Para o amor
Autora: Rachel Gibson
Editora: Jardin dos Livros
Págs: 318
ISBN: 978856001803-1