Coluna de Crônicas sobre o cotidiano, romance, literatura e universo feminino. Postagens quinzenais com o autor Celso Faria, além de participações especiais. Não deixe de ler as outras postagens da coluna. Clique aqui! |
Assisti a um filme que me deixou bem impressionado. Begginers traduzido porcamente para o Brasil de Toda Forma de Amor. Na tela (ou no DVD) a história de Oliver interpretado por Ewan McGregor, um publicitário que acaba de perder o pai que se assumiu gay aos 75 anos, após a morte da sua esposa e mãe do rapaz. O filme narra três períodos da vida do personagem principal: a infância com a genitora, os últimos dias do pai e a história de amor com uma moça que acaba de conhecer, Anna.
O que mais me tocou no filme foi ao ouvir dos lábios de Anna a fala: - Por que você afasta todo mundo que gosta de você?. – O mais interessante em tudo é que não percebemos nenhum movimento de Oliver a fim de fazer com que as pessoas se distanciem dele. Ele é apenas um sujeito fleumático, às vezes melancólico e triste. Mas, não causa brigas, não discute ou faz um papelão no meio da rua ou usa drogas ou é alcoolatra ou qualquer outra coisa que nos salta aos olhos.
E foi a partir dai, após os créditos que parti para fazer o percurso inverso da história para tentar entender onde estava o trabalho do personagem ao afastar as pessoas dele. Sim, ele é um rapaz que não toca nas pessoas. Ele e sua mãe têm uma forma engraçada de mostrarem cumplicidade, ela brinca atirar nele e Oliver finge morrer. Algumas vezes, a senhora até pede para que interprete melhor a morte. Mas, não se tocam! A relação com seu pai é distante, mesmo estando no hospital sempre com ele. É bem burocrático em suas funções: dá os remédios, faz leituras, ouve os médicos e até mesmo o observa de longe. Mas, nunca se aproximam. No máximo, em um momento do filme, pegam na mão.
Quando Anna aparece na história não há contato entre eles. Aliás, até mesmo as cenas de sexo não são vistas, aparecem já no dia seguinte, debaixo dos lençóis, tudo subliminar. Não se beijam, não andam de mãos dadas. Mas, não pense que ele seja frio. Oliver é atencioso, busca as coisas dela em seu carro, abre sua casa, arruma a cama, faz comida e pode até lavar as suas roupas... Distantes.
Quantos de nós vivemos relações afetivas, amizades, namoros e até casamentos cumprindo todas as tarefas típicas de cada uma delas e nos esquecemos de nos abraçar, de nos sentir. Podemos até dizer que fulano ou beltrano é o melhor amigo, mas nunca damos um abraço, um beijo e somos verdadeiramente afetivos. Claro, que afabilidade não se mostra apenas por meio do toque, mas quantos de nós deixamos que as rotinas diárias nos afoguem e nos façam viver perto, mas distantes. Falamos da roupa por lavar, da compra no mercado, da festa do final do ano, até mesmo da viagem de férias, mas esquecemos de nos tocar e nos sentir. E ao nos conectarmos podemos finalmente nos sentir felizes e, como diz o filme, nessa arte, muitos de nós, ainda somos iniciantes, mas precisamos começar.
Nunca tinha ouvido falar desse filme.
ResponderExcluirMAs parece ser ótimo!!!
:)
Hahaha imagino que esse filme deve ser bem divertido, só pelo inicio.
ResponderExcluirE sim alguns filmes que são traduzidos para o português ficam com nomes ridículos
O filme parece mesmo ser bom, vou procurar. E, parabéns Celso, lindo texto. Acho que a desculpa da vez para as pessoas, é a correria, a falta de tempo. Tudo acontece tão rápido e em meio á improvisos, que esquecemos de fazer essas coisas simples. E que não matam ninguém, se você quer saber.
ResponderExcluir;)
E não que é verdade!
ResponderExcluirAs vezes esquecemos de despertar,
de quebrar a forma mecânica e agir
com sentimento!
Simplesmente amo suas crônicas! =)
oi , td bom? Adorei o seu blog e ja estou seguindo ,coloquei vc nos blogs para receber o selinho versatile , passa no meu blog e pega , se gostar me segue!
ResponderExcluirbeijinhos