quarta-feira, 28 de março de 2012

Simplificar é preciso!

 Internacional Reading
Coluna de Crônicas sobre o cotidiano, romance, literatura e universo feminino. Postagens quinzenais com o autor Celso Faria, além de participações especiais.
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Dia destes uma amiga me chamou para conversar. Tema da noite: a sua recente separação após anos casada. Fiquei um pouco assustado sobre aquele fim repentino. Então, ouvi todos os detalhes daquele término chato, mas necessário para o caso dela. Como não disse o nome da amiga posso revelar o motivo, separaram por causa daquelas coisas mais que esperadas: brigas motivadas por coisas triviais, entendimento que nunca chegava e um “cansei!” para encerrar. Perguntei se tem outro, disse-me que tem um caso pintando. Claro que insisti na questão se isso a motivou, ela me disse, de pé junto, que não tinha nada a ver.

Depois encontrei o ex-marido, numa reunião da turma, e não sei o motivo de estar lá. Afinal, detestava nossos encontros, sempre ficava de mau humor e com cara de “que hora acaba isso?”. Agora, não deixa de ir em um só encontro. Alguém convida? Não eu! Elogiaram que estava magro, ele, com aquele olhar sofrido, disse que havia sido trocado e a magreza era por sofrimento. Aliás, morro de inveja de quem emagrece enquanto sofre, eu só engordo... Mas, isso é outro assunto.

A grande verdade desse caso e de muitos outros é o que classifico como simplificação da realidade. Nós, de alguma forma, para viver a complexidade de uma separação ou de um momento sublime simplificamos e jogamos para debaixo do tapete todas as complexidades nelas existentes. Pois eu tive vontade de perguntar ao rapaz: - Você realmente acha que toda a separação se deve por que ela tem outro? – Claro que preferi me calar e seguir comendo o que estava a minha frente, por isso continuo brigando com a balança.

Para exemplificar um pouco mais isso, vamos ao um exemplo positivo. Lembro de quando queria escrever e lançar um livro, vê-lo nas mãos dos outros. Pensava, antes, eu seria o cara mais feliz do mundo e não caberia aquele furor em mim. Muito bem, no dia lançamento do meu primeiro – e único publicado até agora – livro, eu era uma pessoa calma, tranquila e não dava piruetas. Ou seja, durante meses, em todo aquele processo, tratei de simplificar o que sentia. E graças a Deus não parecia um maluco.

Conclusão da história: simplificar pode ser bom ou ruim. Não seria legal se as pessoas chegassem ao lançamento do meu livro e me encontrassem dando cambalhotas. Por isso, foi bom, aguentei a parada e espero lançar muitos outros sem ter um AVC. Já para as coisas ruins, pode ser bom também, a gente toca a vida achando que é simples assim, por exemplo, uma separação. Mas o que sei é: não podemos deixar de olhar o todo. Ninguém se separa por causa do outro, a não se que esse primeiro tenha dado espaço. Daí, não sei se foi na forma de ser ou de não ser, mas também não quero culpar o ex-marido da minha amiga, afinal ele não é o único responsável. Também detesto usar o termo “culpado” para isso. São sim, coresponsáveis.

Então, minha gente, tratemos de olhar para frente sem esquecer de dar uma espiada para dentro. Ser um pouco complexo pode nos fazer pessoas melhores.


Boa quinzena!

4 comentários:

  1. Que texto delicia de ser lido. Palavras simples e fáceis que nos fazem realmente entender o que está sendo dito.
    Adorei, de verdade.

    Quanto ao tema é o que estou tentando fazer no momento. Estou planejamento meu casamento, e por sinal está correndo tudo muito bem e está sendo super divertido e ao mesmo tempo tenho uma irmã grávida de meu primeiro sobrinho.
    Ou seja estou em uma fase "explodindo de felicidade" o tempo todo fico me controlando pra não sair dando "cambalhotas" HAHAHA

    Novamente digo que o texto é OTIMO. Parabens Celso e Julianna.

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  2. Adorei o texto... parabéns!!!

    Simples e direto...
    embora, não tão fácil de ser aplicado...
    ou seria fácil e não estou percebendo??!!

    Tem exatos 1 ano e 1 mês que tento simplificar as coisas... deixar problemas (que penso já estarem resolvidos) para lá e continuar na caminhada... mas confesso que nem sempre é fácil!!!

    :)

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  3. Adorei o texto, vamos simplificar...
    Att.,
    Luks

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  4. Pesquisando algumas resenhas me deparei com o Blog
    e "fuçando" o Blog me deparei com esta Coluna, não faz
    30 minutos que estou por aqui, e já estou encantada
    Amei o texto, a forma simples de escrever e de fato
    me identifiquei muito com o pensamento.
    Porque afinal de que adianta ficar remoendo e morrendo
    por algo que não será diferente?
    Bora simplificar e encarar a vida de frente!

    Parabéns!

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